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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Nos trilhos do Metrô, um romance erótico mexe com as mulheres de SP


Por Yara Ferrari Pezeta


“Estou sentada no metrô lendo meu livro. Ao perceber que estou lendo, um homem me olha, dá uma risadinha insinuante, provavelmente pensando que eu sou uma ‘danadinha’ .” Quem relata esta situação é Rebeca Medina, 21 anos, estudante de Jornalismo. O livro que ela está lendo é “Cinquenta Tons de Cinza”, da escritora britânica E. L. James.
O livro acabou virando sensação mundial, ficando em primeiro lugar na listagem dos best sellers de ficção mais lidos do The New York Times por mais de oito semanas seguidas.

Não é moda só nos Estados Unidos, no Brasil a obra também está na primeira colocação entre livros de ficção, de acordo com o site da Editora Abril. “Eu conheci este livro no metrô de São Paulo. Resolvi compra-lo pois era incrível o número de pessoas que estavam lendo. Todas mulheres. Fiquei curiosa para saber do que se tratava e agora que já sei, não largo. É um livro viciante”, comentou Rebeca.

O livro narra a história da jovem e inocente estudante Anastasia Steele, que se apaixona pelo misterioso Christian Grey, um executivo bonito e bem sucedido. Situações de Sadomasoquismo explícitas são relatadas na trama. “Eu não sei do que se trata, mas se tem tanta mulher lendo é porque a coisa é boa. Ando de metrô todos os dias para ir ao trabalho, nunca vi tanta mulher num mesmo vagão lendo um livro em comum.”, comenta Franciele Cardoso, de 25 anos que nem recebeu o livro, que está em falta no mercado.

Questionados sobre o livro os homens quase sempre respondem: “50 tons de cinza? É aquele livro de ‘putaria’ não é?”, declara Lucas Gabriel de 24 anos, que afirma ter conhecido a história através de uma conversa entre amigas que ele escutou no metrô.
Já na visão do blogueiro Bruno Fonseca, 26 anos, “Este livro nada mais é que um best seller. Qualquer livro que aborde assuntos publicamente sobre coisas que nós tratamos como segredos ou temos vergonha de falar vai fazer um sucesso danado. E assim foi com os 50 tons de cinza. Juntou: sexo, sadomazoquismo e  ninfeta, pronto: entra no imaginário curioso de todo mundo. E assim o sucesso está assinado. Se é um livro bom? Sim, se não, não teria vendido tanto”, concluiu.

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